domingo, 17 de março de 2013

Exposição do Cascalheira e da Ana Vieira em Serpa

Estive ontem na inauguração. Vai ser possível visitar esta exposição de fotografia/poesia até ao próximo dia 17 de Abril. Se poderem não percam. É maravilhoso sonhar envolto na beleza das palavras e das imagens que sublinham. Parabens, gostei muito. Está simples, mas...é isso! O amor e o gosto pela vida, são duas coisas a que todos temos direito.



terça-feira, 12 de junho de 2012

G80 - AVIS 09 de junho de 2012 Em Avis, voltámo-nos a encontrar. Completámos um ciclo através do qual percorremos os espaços das nossas memórias e os percursos de tantos de nós. Foi, como foram os outros, um momento agradável, uma oportunidade de pôr conversas em dia, de lembrar - de fugida - episódios passados, mas principalmente de falarmos - preocupados - sobre o presente e de projectar futuros. Não estiveram tantos como gostaríamos. Estiveram os que quiseram e os que puderam. Concretizámos o que havíamos decidido em Pias. E fizemo-lo obtendo o retorno do prazer de reencontrar amigos. Este texto pretende constituir-se como uma justificação. Justificação para a forma de cumprimento de uma decisão colectiva. E também justificação por ter maçado alguns com o envio de e-mails. Compreendo claramente que alguns de vós, não tenham tempo sequer para uma resposta. Compreendo e lamento, não por mim. Mas creio que ficarão também felizes por saber que um grupo de 14 amigos se juntaram em Avis e que perguntaram por vocês. Um abraço E até sábado.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vai completar-se o ciclo dos 3 almoços (um em cada Distrito), da malta da geraçõa de Sonhos, no dia 9-06-2012, sábado em Avis.

Claro que não vou faltar, nem a este nem a todos o "tipo de almoços", onde estejam presentes os valores, os princípios e os objectivos que sempre uniram os sonhos da nossa geração.
 O Santos e o Pica, estão a coordenar as inscrições. Sei que já há varios camaradas que confirmaram a presença, mas convem confirar com eles a presença o mais rápido possível, pois eles têm que informar o restaurante a dizer quantos somos.

Alexandre Frade

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Almoço, 26 de Maio de 2012 em Avis

Bom dia caros camaradas e amigos,tenho andado assim como voçês afastado deste sitio que em principio devia ser o nosso espaço de trocar ideias e ao mesmo tempo de podermos realizar outro tipo de iniciativas tal como era a nossa convicção. É pena, o momento que atravessamos não é facil, mas são nestes momemtos que os comunistas e os seus aliados deviam mostrar que estão unidos, e prontos para o que der e vier. Depois deste desabafo, deste jovem que completa hoje 47 primaveras,vamos ao outro assunto que intaressa. Eu, o Santos, a Manuela e a Victória tomamos a iniciativa, depois de alguns contactos com os nossos amigos de Avis, de marcar o almoço para o dia 26 de maio no clube nautico em Avis. Será o ultimo? Será o terçeiro? Não sei, mas sei que temos de fazer alguma coisa . m.pica

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Malta da Geração de Sonhos.
No Almoço em Pias, no dia 7-05-2011, ficou assente que nos voltariamos a encontrar em Avis, e que alem de outros, ficaría a Manuela e o Santos de dinamizarem as coisas para que tal fosse possível.
Acontece entretanto que um grupo de malta, está a dinamizar um encontro do mesmo género para a Festa do Avante deste ano. Em termos de facebook, eu já dei a minha adesão há ideia e farei tudo para estar presente lá na festa, se esse encontro se realizar. O Cascalheira é que estava a dinamizar a ideia.

Quanto ás actualidades dos Sonhos, recordo aqui uma parte do conteudo, da comunicação pública que decidimos divulgar a propósito do nosso amoço convivio de Pias.

A análise aos acontecimentos sociais, políticos e económicos dos últimos tempos no mundo e em particular no nosso País, não nos deixam QUALQUER DÚVIDA, sobre a importância da luta pela materialização dos SONHOS QUE ABRIL FERMENTOU EM NÓS.

É urgente usar as novas e cada vez mais acessíveis ferramentas da comunicação para que os POVOS compreendam, que o capitalismo não é o fim da História, não é o último e o menos mau dos sistemas que a Humanidade vai sendo capaz de criar. Há outras soluções que passam pela cada vez maior proximidade do poder com os cidadãos, a chamada DEMOCRACIA PARTICIPADA, nós a essa solução chamámos SOCIEDADE SOCIALISTA.

Se não facilita usar o nome SOCIEDADE SOCIALISTA, depois de terem falhado os modelos aplicados nos Países onde usualmente se lhe dava esse nome e no nosso País onde um partido com o nome de Socialista PS, tem feito a política mais liberal e de sujeição aos interesses de um agressivo capitalismo que para espanto de todos usa métodos que já não são só exploração, mas um autêntico roubo “legalmente” protegido, então que usemos o de “DEMOCRACIA PARTICIPADA, mas uma democracia real, POLITICA, ECONÓMICA, SOCIAL E CULTURAL.

A nossa geração tem a responsabilidade de passar ás futuras o testemunho dos sonhos. A primeira atitude é aceitar que históricamente está na sua mão. Depois é agir participar. Como? é uma questão do bom senso de cada um, ficar quieto é que não.

Alexandre Frade

domingo, 16 de outubro de 2011

Adeus camarada Gama


Ainda os primeiros raios de liberdade se espraiavam aquecendo e inquietando consciências e já tu agarravas na trouxa de nenhuns pertences e te fazias à estrada e às lutas.


Vinhas das terras de mineiros, de muitas lutas e exemplos.

Tantas vezes lamentas-te não teres tido tempo para seres um deles…um mineiro.

Mas para nós, sempre foste um mineiro, mesmo que nunca tenhas descido às entranhas das terras entrastes nas consciências das gentes que ganhastes para as lutas.

Assim como também sempre foste um cantador, à tua maneira e com o teu jeito desajeitado quando arranhavas “dá-me uma pinguinha de água, dessa que oiço correr”.

E foste, acima de tudo, e é essa a memória que vamos perpetuar de ti, um jovem revolucionário.

Foste o primeiro entre muitos em muitos sítios deste grande Alentejo.

E foram muitos os que depois passaram pelas portas que abriste.

E são muitos desses, mais, muitos mais que aqueles que eventualmente imaginaste, que agora te prestam sentida homenagem.

E somos de Évora, Beja, Montemor, Pias, Benavila, Estremoz, Portalegre, Lavre, Avis, Sousel e das tuas terras mineiras - exemplos de entre muitos - os que chorando a tua morte entoam em silêncio magoado os versos do nosso hino juvenil, como se ainda estivesses aqui, ao nosso lado.

De ti nos recordaremos, jovem e revolucionário.

Adeus amigo.


Adeus camarada Gama

Por:

Um grupo de amigos e camaradas do GAMA, que tal como ele se “temperaram” na militância activa no final dos anos 70 e durante os anos 80, nas organizações do Distrito de Beja e do Alentejo na JCP, Juventude Comunista Portuguesa, e que se tem vindo a auto denominar de GERAÇÃO DE SONHOS

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Porque reflecti:

E porque não tenho outra forma de contactar convosco, utilizo , embora sob reserva - pelo seu carácter público - este blogue`.
Com os nossos almoços convivio - Évora e Pias - retomámos caminhos, reconstruímos memórias e trilhámos de novo - juntos - caminhos de fraternidade.
Para a participação estabelecemos como regra única: que cada um de nós, independentemente da maior ou menor intensidade posta na militância- não tivesse hoje, do outro lado da barricada.
E assim fizémos.
Em Évora e em Pias, para além das memórias, projectámos futuro e até sarámos algumas feridas...
Mas...
E porque há mas que aqui não podem passar de mas, afirmo por agora não estar disponível para assumir ou participar na preparação do nosso próximo encontro e que havíamos marcado para AVIS.
Se algum de vós quizer pôr as mãos à obra, conto lá estar.
Aprendi convosco e com muitos outros a estar do lado certo da vida. Não creio que agora se possa insinuar o contrário.
Temos aí pela frente aguerridos e legitimados pelo alheamento, inimigos sérios de mais para dispersar forças. Da minha parte não estou disponível.
Mas tal não signifique que não tenha as minhas dúvidas, as minhas criticas, as minhas decepções.
Não fui e não serei militante de icones.
Porque assumo:
Só de punho nerguido a canção fará sentido.
Para qualquer contacto podem usar: becodoscolegiais@gmail.com

terça-feira, 17 de maio de 2011

Almoço/convivio em Pias - Nota enviada á imprensa

Somos um grupo de amigos e camaradas, que se “temperaram” na militância activa no final dos anos 70 e durante os anos 80, nas organizações do Alentejo na JCP, Juventude Comunista Portuguesa, e que se tem vindo a auto denominar de GERAÇÃO DE SONHOS


Tal como tinha ficado combinado no 1º almoço/convívio que o ano passado fizemos em Évora, voltamo-nos a encontrar no último sábado dia 7-05-2011 em PIAS, nos casões da “Esquerda Vencerá”.

No 1º encontro fomos mais de 70, neste já fomos mais de 100. Foi plenamente alcançado o objectivo de conviver, reflectir sobre a sociedade e sobre a participação individual e colectiva que cada um de nós.

Este encontro foi um avivar de memórias que marcaram profundamente o que cada um de nós é hoje, e, concluímos:

A análise aos acontecimentos sociais, políticos e económicos dos últimos tempos no mundo e em particular no nosso País, não nos deixam QUALQUER DÚVIDA, sobre a importância da luta pela materialização dos SONHOS QUE ABRIL FERMENTOU EM NÓS.

É urgente usar as novas e cada vez mais acessíveis ferramentas da comunicação para que os POVOS compreendam, que o capitalismo não é o fim da História, não é o último e o menos mau dos sistemas que a Humanidade vai sendo capaz de criar. Há outras soluções que passam pela cada vez maior proximidade do poder com os cidadãos, a chamada DEMOCRACIA PARTICIPADA, nós a essa solução chamámos SOCIEDADE SOCIALISTA.

Se não facilita usar o nome SOCIEDADE SOCIALISTA, depois de terem falhado os modelos aplicados nos Países onde usualmente se lhe dava esse nome e no nosso País onde um partido com o nome de Socialista PS, tem feito a política mais liberal e de sujeição aos interesses de um agressivo capitalismo que para espanto de todos usa métodos que já não são só exploração, mas um autêntico roubo “legalmente” protegido, então que usemos o de “DEMOCRACIA PARTICIPADA, mas uma democracia real, POLITICA, ECONÓMICA, SOCIAL E CULTURAL.

Sobre o acto eleitoral de 5 de Junho, decidimos apelar a todas as gerações e em particular á nossa que votem na CDU. Merece e é sem dúvida a força politica de entre todas as concorrentes a que nos merece MAIOR COINFIANÇA.

Pias, 7 de Maio de 2011


quarta-feira, 6 de abril de 2011

2º Almoço-Convivio da Geração de Sonhos 7-05-2011


Os acordos entre nós não são promessas, são compromissos para cumprir.
Ficou decidido o ano passado que os camaradas de Pias, seriam os organizadores do nosso segundo almoço convivio.
Pois aí está, marcámos para o dia 4-04-2011, uma reunião petisco no Zorrito em Pias onde esteve o Pica de Pias, o Pica de A-do-Pinto, o Missas, o Frade, o António Barão, a Zezinha, o Xico Loys e um convidado que é da geração de sonhos de Setubal, que é o Henrique Vilalonga.
Foram mobilizados, não poderam vir, mas "deram mandato aos que estavam", o Santos, o Batalha, a Felicidade, o Pargana, o Cascalheira, o Vitor Silva e a Arminda. Ficou então decidido que o almoço convivio será no próximo dia 7-05-2011, sábado em Pias. Desta vez é para trazer os filhos e os caras metades, se os houver e outros amigos sonhadores como nós, ou que estejam a precisar da alegria da nossa presença e da convicção dos nossos ideais, para avivarem os sonhos.

O almoço vai custar 10 €. Para confirmações, aqui no blogue, ou para qualquer dos camaradas que estiveram na reunião.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

À memória do nosso camarada Jorge Manuel Baião Henriques




Estivemos no passado domingo dia 6-02-2011 no cemitério de Baleizão, para te acompanharmos à tua ultima morada.


Ausentaste-te e eras bom, bom camarada, bom amigo e um bom ser humano.

O teu sorriso espelhava o sonho, o teu sonho, o nosso sonho, o sonho de uma geração que recebeu o tetemunho da luta revolucionária para transformar a vida, o País e o Mundo.

Desde muito jovem abraças-te a causa e deste o teu melhor em defesa dos valores de um Abril distante que sabias próximo do nosso Maio e da planicie florida dos campos de Catarina, onde ombro a ombro lutámos em defesa da Reforma Agrária e da dignidade deste povo forte, mas simples com quem muitas vezes também cantámos as modas das nossas gentes.

Foste militante obreiro e dirigente da Juventude Comunista Portuguesa a vanguarda revolucionária da juventude onde crescemos juntos e aprendemos a ser comunistas.

Firme, honesto, coerente e decidido continuaste a dar o teu contributo, como militante do partido, o nosso partido, o Partido Comunista Português, a causas como a Paz, os direitos dos trabalhadores, a cidadania, o internacionalismo proletário, o socialismo e o poder local democrático, onde diversas vezes foste eleito membro da Assembleia de Freguesia e da Junta de Freguesia da tua querida aldeia de Baleizão.

Ajudaste a passar o testemunho deste sonho que é o ideal comunista às gerações vindouras. Se nós vamos continuar?

- Claro, que outra atitude poderias esperar de nós. Vamos sentir a tua falta, mas vamos falar de ti aos outros, aos jovens principalmente e estamos certos que muitos acabarão por dar o passo em frente que os somará ao nosso ideal.

Descansa em Paz, foste muito cedo mas cumpriste e nós por tudo isto não te dizemos adeus. Dizemos-te até sempre ou melhor, até amanhã camarada, até amanhã Jorge.

Esta é uma simples homenagem que te prestamos com toda a justiça por ser merecida, onde te afirmamos que continuaremos a lutar pelo teu sonho, pelo nosso sonho, pelo sonho de milhões de seres humanos como tu.

                                  Maturidade

                   “(…) Hei-de subir mais alto que os mortais

                    Às montanhas olímpicas do sonho,

                    Ultrapassando as leis universais.

                    E a minha alma,

                    Há-de-se abrir também como uma flor,

                    Tão doce como os favos,

                    Tão alta como a dor,

                    Tão rubra como os cravos!”

                                                     Ary dos Santos


Por:
Um grupo de amigos e camaradas do Jorge, que tal como ele se “temperaram” na militância activa no final dos anos 70 e durante os anos 80, nas organizações do Distrito de Beja e do Alentejo na JCP, Juventude Comunista Portuguesa, e que se tem vindo a auto denominar de GERAÇÃO DE SONHOS

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Não ha Festa como esta



Estivemos lá.
Não tão organizadinhos…mas estivemos.

Apesar da multidão, dos sons e cores, dos encontros que nos arrancam momentos, é bom, por momentos, breves momentos que sejam, percorrer em silêncio a festa.
Circular memórias. Projectar futuros.
Saltar da FIL - o tempo primeiro - para o Jamor dos primeiros tempos para depois contemplar o Tejo do alto da colina de Lisboa que tanta cor e projecção deu à festa.
E olhar o Tejo, agora aqui resguardado num cantinho sereno do seu estuário.
Saborear cada momento, cada passo deste caminho onde confluimos nesta terra dos sonhos.
E tremer por dentro mesmo na presença do mais banal de um acontecimento - um jovem alemão carregando nos erres e soletrando palavras de ordem muito nossas - e sentir e conter as alegrias que querem sair na forma de lágrima e encontrar amigos e saber deles e eles de nós e
Lembrar o amor amando.
E sabendo quão diferente é o mundo procurar saber se é verdade, se é mesmo verdade, que aqueles que sabem fazer aquela festa também saberiam fazer um mundo melhor.
E percorrer o país e o mundo numa passada. Comer uma alheira em Trás os Montes e beber um mojito em Cuba.
Abraçar um amigo em Itália e interiorizar, enternecido, o beijo de dois jovens namoradeiros, em Santarém.
Vivemos em intensa lucidez três dias felizes sabendo do desemprego, das carências, das dificuldades.
E tudo isso lembrámos e lutámos, nos debates, nos slogans, nas reuniões e no comício.
E por isso mesmo, em festa, lutando, lutámos.
Estes não são os dias de descanso dos guerreiros, mas são os dias em que estes, festejam a vida e retemperam energias para continuar a luta.
E cá estamos.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Malta da Geração de Sonhos na Festa do Avante

Vamos ter dois encontros na festa, um na sexta e outro no domingo.
21,00 horas sexta, zona do restaurante de Beja (parece que a Zezinha de Pias, tem lá alguns poderes).
      Bebe-se um copo e vamos juntos para o palco principal "curtir a carvalhesa". Aqui dado que é sexta e
      se trata de ...... - a participação não tem caráter obrigatório, mas era bom que fossemos todos, é que há
      quem diga que o som da carvalhesa ficará melhor ainda com a nossa presença.
16,30 horas de Domingo - No mesmo local - Parece que temos que provar e beber um tinto/branco do
      do alentejo, com umas tapas - (Zezinha é que sabe), não deixa de ser bom pois o almoço já deve estar a
      ir por aí adiante e um reforçozinho dárá certamente outros alentos para marcarmos juntos uma boa
      presença no comicio.

O que acham da ideia da Felicidade nos revelar mais um pouco do seu lado de poetisa? Na sexta feira, depois da carvalhesa é capaz de não ficar mal.

terça-feira, 13 de julho de 2010

só planície

só planície

sábado, 10 de julho de 2010

PCP reafirma necessidade de uma Reforma Agrária

Haverá outras intervenções e abordagens que merecem certamente um grande apreço da malta da geração de sonhos, mas esta do Soeiro está mesmo ......Yes !!!

Quarta 7 de Julho de 2010
Na Declaração Política do PCP hoje na Assembleia da República, José Soeiro lembrou os 35 anos passados do início da Reforma Agrária e afirmou que a Reforma Agrária não fracassou. Foi destruída pela violência do Estado que a devia implementar e acarinhar.

Senhor Presidente
Senhoras e Senhores Deputados
Frutuosa foi a germinação das sementes de Abril nos sequiosos, de liberdade, campos do Alentejo.
20 de Junho de 1974. Greve vitoriosa no concelho de Beja. Trabalhadores agrícolas e grandes proprietários assinam a 1ª Convenção Colectiva para a agricultura. Emprego para todos. Aumento de salários. Horário semanal de 44 horas. Direitos conquistados. Abalo profundo nos alicerces de um modo de produção semi feudal, assente na grande propriedade latifundiária que, ao longo de séculos, condenou à servidão gerações de trabalhadores a quem sempre negou os mais elementares direitos.
Lembro. Nenhuma legislação laboral se aplicava aos trabalhadores agrícolas. Nenhum direito lhes era reconhecido. A mínima reivindicação tinha na repressão a resposta. Muitos pagaram com a liberdade, alguns com a própria vida, a ousadia de reivindicar. De reivindicar direitos humanos elementares, como o direito ao trabalho ou condições mínimas de dignidade do mesmo. De reivindicar o pão de que careciam para si e para os seus.
Direito ao trabalho. Melhores salários. Horário justo. Reivindicações básicas. Negociadas. Acordadas. Com respeito. Sem ódios. Sem violência. Sem desejos de vingança. Apenas necessidade. Sede de justiça social. Liberdade. Democracia.
Não o entenderam latifundiários e muitos dos grandes proprietários. Não podiam entender. Viviam viciados no “quero, posso e mando” de um regime que era o seu. Reagiram mal à liberdade. À democracia.
Meteram fogo a searas. Venderam efectivos pecuários. Fizeram falsas sementeiras. Sabotaram a economia. Violaram os contratos livremente assinados. Despediram trabalhadores com 10, 15, 20 anos, vidas inteiras, ao seu serviço. Conspiraram contra o Portugal de Abril. Riam-se da sua impunidade.
Comprometeram e puseram em causa, os que assinaram, respeitaram e cumpriram os acordos assinados com os trabalhadores.
Tornaram Imperiosa outra resposta. Nova. Firme. Que o poder político não assumia apesar de fundamentadas e repetidas denúncias.
10 de Dezembro de 1974. Saúdo os que nessa manhã, conscientes do que estava em jogo, ponderados os riscos de uma resposta violenta, assumiram, com coragem, por unanimidade, ocupar a Herdade do Monte do Outeiro e tomar em mãos o processo produtivo, orientação traçada na noite anterior, entre membros do PCP.
A resposta estava dada. Pelos trabalhadores. Ocupar era o caminho necessário para a derrota das manobras conspirativas, a desestabilização, a sabotagem económica, que estavam em curso.
26 de Janeiro de 1975. Contra dúvidas, hesitações e mesmo opiniões contrárias, a decisão histórica. Cito-a: «Dar início imediato à Reforma Agrária»; «Controlo pelos trabalhadores de todas as propriedades em regime de subaproveitamento total ou parcial». Decisão? Dos trabalhadores. Proposta? Do seu Sindicato. Orientação? Discutida e decidida na noite anterior, entre comunistas na sua sede, em Beja.
Orientação ousada? Polémica? Sem dúvida. Mas acertada e justa.
9 de Fevereiro de 1975. Na 1ª Conferência dos Trabalhadores Agrícolas do Sul, Álvaro Cunhal torna-a orientação e palavra de ordem para toda a zona do latifúndio. Para todo o Partido. Cito-o: “A Reforma Agrária surge natural como a própria vida, aparece como resultado da necessidade objectiva de resolver o problema do emprego e da produção, como solução indispensável e única…Vivemos um momento histórico nos campos do Sul. Pelas mãos dos trabalhadores, a Reforma Agrária deu os primeiros passos.».
15 de Abril de 1975. O Conselho da Revolução aprova o Decreto-Lei nº 203-C/75 que consagra o Programa da Reforma Agrária.
29 de Julho de 1975. A Reforma Agrária ganha forma de Lei. Lei que reconhece a justeza e dá um novo impulso à luta dos trabalhadores. Há 35 anos as ocupações generalizavam-se. Pelas mãos dos trabalhadores. Uma nova vida ganhava forma nos campos do Alentejo e Ribatejo. Cumpria-se a Revolução de Abril na zona do latifúndio.
Mais Democracia. Liberdade. Dignidade. Cidadania. Direito ao trabalho. Direito a produzir. Eis o que os trabalhadores agrícolas defenderam ao assumir as ocupações.
Selvagens e ilegais lhe chamaram alguns. Tão selvagens e ilegais como ilegal e selvagem foi o acto libertador de 25 de Abril de 1974.
17 de Outubro de 1975. “Vanguarda do Alentejo”. A primeira UCP. Dos trabalhadores. Sem outro controlo que o dos próprios. Proposta do Sindicato. Inovadora. Criativa. Nem cooperativa. Nem herdade do Estado. Nem distribuição de terras. Apenas Unidade Colectiva de Produção. Trabalhadores assalariados de si próprios. Ao serviço do Povo. Do País. Uma só ambição, arrancar da terra mais riqueza, criar mais emprego, forma de assegurar a sua distribuição e fixação no território onde é produzida. Utopia. Realidade. Acarinhada. Apoiada. Assumida pelo PCP e outros democratas.
A Reforma Agrária garantiu emprego a todos os desempregados. Permitiu o regresso de emigrantes. Travou a desertificação. Aumentou a produção e a produtividade. Diversificou culturas. Aumentou o regadio. Criou lojas e cantinas. Introduziu formas novas de gestão e organização no trabalho. Melhorou salários e condições de trabalho.
Garantiu acesso ao regime geral da segurança social. Rasgou novos horizontes para a juventude. Criou e apoiou creches, infantários, centros de dia, lares, postos médicos. Gerou cultura, alegria, festa. Vivificou o mundo rural. Animou a economia.
Com modéstia e altruísmo exemplares, analfabetos por imposição, os trabalhadores agrícolas escreveram das mais belas páginas da nossa História recente. Páginas de Ouro da Revolução de Abril. Eles não sonharam. Eles construíram uma nova e mágica realidade. Eles mostraram ser possível um Portugal melhor, sem injustiças, sem desigualdades gritantes, com pleno emprego … o Portugal que não temos mas que é justo ambicionar.
2 de Abril de 1976. PS, PSD, PCP, MDP, consagram a Reforma Agrária na Constituição da República.
Desrespeitada. Violada nos dezasseis anos seguintes. Dezasseis anos de violência. De barbárie contra quem ousou trabalhar e produzir livre de qualquer tutela. Dezasseis anos de heróica resistência. A Reforma Agrária não fracassou. Foi destruída pela violência do Estado que a devia implementar e acarinhar.
Hoje, 35 anos depois, será adequado falar de Reforma Agrária? Essa é questão a que me proponho responder se V. Ex.ªs tiverem a gentileza de, sobre isso, me questionar.
Como afirma o Poeta:
“...porque/- a capacidade de -/ sonhar/ não é coisa/ que assim/ se/ perca, iremos/ adiante, até/ ao/ fim/ o/ Alentejo”.
Disse.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Vamos continuar a luta


Vamos continuar a luta

Diz-se, que despedindo-se de Favre e da vida, Violeta Parra compôs esta canção.
Gracias à la Vida é logo adoptada pelo povo e marca presença nas suas lutas contra a ditadura.
Baez e Elis recriam-na dando-lhe as sonoridades da solidariedade dos povos do mundo para com a luta do povo Chileno.
Hoje, quando nos despedimos de ti, Pedro, queremos que se assuma como um hino à vida e à luta. Um hino que nos empolgue os exemplos de entrega, generosidade, criatividade, inteligência e verticalidade como são os que nos legas agora.
Após este breve intervalo para o adeus e reiniciando a caminhada reafirmamos-te:
Vamos continuar a luta.